Weber Negreiros – Falando de Negócios
Essa armadilha psicológica revela que o egocentrismo não é apenas um problema relacional, mas também uma limitação pessoal. Ao acreditar-se superior, o egocêntrico fecha-se ao aprendizado, à escuta e à troca de experiências. O crescimento do grupo exige humildade e reconhecimento da diversidade de talentos, algo que o egocentrismo radicalmente inviabiliza.
Diante desse cenário, não se trata de erradicar o egocentrismo, o que seria utópico mas de transformá-lo em energia canalizada para projetos maiores e levando em consideração a importância de grupos. Reconhecer o desejo humano de reconhecimento é parte do processo, mas é preciso equilibrar essa necessidade com a consciência coletiva. O desafio está em cultivar lideranças capazes de valorizar indivíduos sem permitir que um comportamento centralizador inviabilize a pluralidade.
Estratégias como feedbacks constantes, definição clara de papéis e estímulo ao protagonismo compartilhado podem mitigar os riscos. O grupo, ao se consolidar, precisa de um pacto implícito: todos têm valor, mas ninguém é insubstituível. A grandeza de uma coletividade está justamente na capacidade de equilibrar talentos individuais com o propósito coletivo.
O egocentrismo é um fenômeno ambivalente: pode ser combustível para conquistas, mas também veneno para relacionamentos. Em tempos de redes sociais, onde o “EU” se sobrepõe ao “NÓS”, torna-se ainda mais urgente refletir sobre seus riscos e limites. Como lembram as citações, tanto de Anselmo Oliveira Jr. quanto de Lu Correia, o egocentrismo é sedutor, mas também perigoso. Ele pode dar ao indivíduo a sensação de grandeza, mas, se não for contido, leva inevitavelmente ao ridículo e ao isolamento.
Para grupos em consolidação, o desafio é ainda maior: aprender a lidar com figuras egocêntricas sem perder o rumo da coletividade. Afinal, ser protagonista não significa apagar os demais. O verdadeiro valor está em contribuir para que todos brilhem — e não apenas um. O equilíbrio entre reconhecimento individual e crescimento coletivo é, em última instância, o que garante a solidez de qualquer grupo humano.

